04/08/2008

Algo de muito estranho acontece na Itália

Depois de ser eleito, Silvio Berlusconi montou um governo somente com seus partidários, censurou a imprensa de oposição e criou leis antiimigrantes extremamente rígidas. Hoje a notícia que corre por aí é que Berlusconi colocou três mil soldados nas ruas de Roma. O motivo: combater a violência. Eleito em abril prometendo fazer da Itália um lugar mais seguro, Berlusconi está me saindo um belo de um ditador.

Uma boa dica de documentário que mostra esse processo é:


Viva Zapatero! (2005)

A italiana Sabina Guzzanti escreveu para a emissora estatal RAI um programa de humor intitulado ''RaiOT'', um programa de humor para abordar assuntos como a política do país. No primeiro dia o programa foi cancelado, sendo chamado pela emissora de vulgar no tratamento com o governo. Nesse documentário, Guzzanti questiona os motivos do cancelamento e retrata as discussões sobre censura na imprensa da Itália. Por criticar Berlusconi, o programa não foi ao ar. ''Zapatero'' é uma referência a José Luis Rodríguez Zapatero, paradigma da liberdade de expressão na televisão espanhola.

Detalhe:

Emissora estatal não é emissora do governo. Logo o conteúdo da programação não poderia ser alterado pelo governo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Excelente dica. Sabina é uma ótima humorista e no filme define muito bem a vida política italiana a partir do governo Berlusconi (de 2001 a 2006) de conotação neofascista. Agora ele volta como primeiro-ministro, mas as táticas de censura são as mesmas de séculos atrás. Na semana passada assessores dele mandaram cobrir um dos seios de uma mulher retratada numa reprodução do quadro “O Tempo que Desvenda a Verdade", do veneziano Giovanni Battista Tiepolo (1696-1770). Berlusconi o escolheu para decorar o salão em que recebe a mídia no palácio Chigi, em Roma.

Anônimo disse...

preocupante ver Berlusconi fazer o que bem entende com a televisão italiana.

trazendo um pouco disto para a realidade da tv brasileira, como ficamos?
9 famílias detém controle da concessão de um bem público que carece de controle por parte do Estado. Sim, somente 9 famílias pois não há mais "espaço" para novos canais. se são particulares que possuem a concessão de um bem público que carece de qualquer tipo de controle do estado, não seria um tipo de censura inversa, já que estes possuem a total discrição sobre o que irá ou não ao ar? falar em controle de meios de comunicação num país que teve um passado marcado por forte censura e medidas "desmedidas" para remediá-la, pode, de fato, ser complicado. Mas complicado também é assistirmos a programas que nada agregam aos 94% de lares brasileiros que possuem uma TV, com suas pegadinhas, testes de fidelidade e piadinhas que degrinem a imagem do ser humano, levando-o ao rídiculo.

paro por aqui pois o desabafo foi grande :)

p.s.: os brasileiros têm mais aparelhos de TV do que geladeiras...