Manifesto contra a nova ortografia

O,5% da ortografia mudou. O que parece pouco é muito. Eis um manifesto contra pequenas mudanças que fazem diferença.

"Escrever sem trema não dá, não faz o menor sentido. Definitivamente. E idéia sem o acento agudo no E não é a mesma coisa que idéia. É apenas ideia e, cá entre nós, fica muito sem graça. Isso sem contar voo e enjoo, palavras que simplesmente perderam o brilho. Ela pára o trânsito. Agora fica: ela para o trânsito. Virou tudo para (tanto o verbo como a preposição). Elas veeem, creem, leem.

Uma pausa: estou digitando no Word que ainda está sem corretor. Então imaginem que a cada palavra modificada que escrevo, o sublinhado vermelho aparece - o que está me deixando agoniada.Anyway, vamos continuar...

E os hífens? Xiii... a maior confusão. Se o segundo elemento começa com R ou S, as consoantes ficam duplicadas. Vejamos: antissemita e contrarregra. Feio, muito feio! Ah, e quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal, juntamos tudo. Autoestrada, extraescolar, aeroespacial.

Pêra fica pera. Pêlo, pelo. Pólo, polo.

Espero que os outros países que participam do acordo ortográfico também estejam se adequando. Se o objetivo de fortalecer os laços de países lusófonos for atingido, todo o esforço vai ter valido a pena. Caso contrário, terá sido uma péssima idéia. Ops, ideia."