por Marília Lopes1º dia
No dia 12 de julho iniciei uma experiência inesquecível: uma viagem a San Pedro de Atacama, povoado próximo ao deserto mais árido do mundo. Por volta das dez da noite, eu e minha irmã Priscilla desembarcamos no Aeroporto Internacional de Calama e tomamos um transfer para chegar a San Pedro. No percurso, o céu mais estrelado que já vi e uma lua super brilhante eram nosso únicos referencias em uma estradinha sem movimento algum. Ficamos hospedadas em um hotel bem rústico, que segue o padrão arquitetônico do local.
2º dia
Igrejinha da cidade
No dia seguinte, passeamos pelas ruas de terra de San Pedro, um povoado de aproximadamente 3 mil habitantes. O sol brilhou todo o dia e a temperatura estava amena. Nosso primeiro passeio começou à tarde, quando vimos o pôr do sol no Valle de la Luna. Simplesmente maravilhoso.
Solmáforo indicava que o dia estava no grau médio
Depois de completar um dia de viagem percebi que o que aprendi na escola, que no deserto a temperatura durante o dia é de 40º graus e a noite passa de -20º , não era verdade (pelo menos no Atacama).
3º dia
Logo cedo saímos do hotel rumo ao Salar de Atacama, Laguna Chaxa e depois as lagunas Altiplánicas, que ficam a 4.200 metros de altitude. Já na primeira parada, minha irmã já sentia os efeitos de estar no deserto, seu nariz começou a sangrar por causa do tempo seco. Na Laguna, fiquei pertinho dos flamingos. Quando chegamos às lagunas, tivemos uma surpresa: estava nevando, o que é super raro lá.
4º dia
Laguna Cejar
Com a chegada de um casal de amigos, nosso grupo ficou maior. A programação do dia era ir para a laguna Cejar, que tem uma concentração de sal igual a do Mar Morto. Apesar do vento e do frio, decidi entrar na laguna. É uma sensação muito estranha, pois no inverno, a parte mais próxima a superfície é fria e para baixo fica quente.
5º dia
Assistimos a uma procissão, por conta do feriado chileno em comemoração ao Dia da Virgen del Carmen. E já nos preparavamos psicologicamente para o passeio mais trash da viagem: Geysers del Tatio.
6º dia
Eu e os Geysers
As quatro da manha da sexta-feira, acordei. Comecei a me vestir para o passeio, depois de duas meias calcas, duas meias, uma calca legging, uma calca jeans, segunda pele, duas blusas de lã, um casado grosso, luva, cachecol e gorro, eu podia dizer que estava pronta. A recomendação era não comer nada antes de ir porque o caminho costumava deixar as pessoas enjoadas. (Obedeci, é claro).
Só o caminho já vale a pena. O céu estava mais estrelado do que no dia em que chegamos. E por estarmos no meio do nada, para todo lado que olhava via estrelados até chegar a linha do horizonte. Quando chegamos o dia amanhecia e a temperatura era de -10º graus, numa altitude de mais de 4 mil metros. Os Geysers são formados quando rios gelados subterrâneos entram em contato com rochas quentes. A água entra em ebulicao e saem jatos de vapor que alcançam uns 15 metros de altura. Mesmo com essa explicação cientifica, o que posso dizer é que os Geysers não tem muita explicação. São mágicos e só quem já foi lá consegue entender o que é. Mas é um passeio que exige bastante do corpo. Não tínhamos que fazer grandes caminhadas, mas em um grupo com mais cinco amigos, quatro pessoas passaram mal por conta da altitude, do caminho, da temperatura ou talvez por tudo isso junto.
Depois dos Geysers, fui às termas de Puritama, afinal precisava de algo bem quentinho pela tarde, depois do frio da manha. Lá relaxei e fechei com chave de ouro minha aventura pelo Atacama. A noite, chegou a hora de novamente encarar a estradinha vazia rumo ao aeroporto.