16/08/2009

Ela aquece o clima


Por Bruna Leite

Com movimentos favoráveis já organizados na internet, a senadora Marina Silva (PT-AC) foi oficialmente convidada a concorrer à presidência nas eleições de 2010 pelo Partido Verde (PV). No entanto, o que significa essa candidatura e qual a real expressividade nas urnas que ex-ministra do Meio Ambiente terá em relação às Dilmas e Aécios das grandes alianças partidárias?
Alfabetizada na adolescência em Rio Branco – Breu Velho, região onde nasceu, não possuía escolas - Maria Osmarina Silva de Lima sempre se preocupou com as questões ambientais, uma vez que a floresta representa importante papel em sua vida. Na Universidade Federal do Acre, integrou grupos de oposição ao regime militar, mas foi ao lado do seringueiro e ícone do ambientalismo brasileiro, Chico Mendes, que esta mãe de quarto filhos iniciou sua carreira política, cujo auge se deu no Ministério do Meio Ambiente no período de janeiro de 2003 a maio 2008. A carta de demissão da Esplanada dos Ministérios veio após dificuldades pretensamente causadas por outros setores do governo – cinco dias antes, o Presidente tinha delegado ao ministro Mangabeira Unger a administração do Plano Amazônia Sustentável (PAS) - e consequente falta de apoio à política ambiental.
Tem-se, assim, que a candidatura da ex-seringueira não representa apenas mais uma peça ao jogo político rumo à Brasília. Serão e já estão sendo trazidas à tona questões de cunho sócio-ambientais da maior importância, como a sustentabilidade do desenvolvimento para o progresso do país e a necessidade de uma exploração com parcimônia, em respeito aos limites impostos pelas riquezas naturais. Ainda, o fato de ser uma mulher de origem muito humilde e ter alcançado grande reconhecimento nacional e internacional pelo trabalho realizado em prol do meio ambiente, tornam-na uma candidata com grande apelo ao eleitorado.


Marina representa o otimismo, a utopia e pode trazer algo inovador para a democracia brasileira.
De fato, o cenário político, caso Marina aceite ser candidata, será bem diferente do dualismo PT x PSDB idealizado há alguns meses pelas lideranças partidárias. Promessa de disputa e de uma eleição mais justa, sob o prisma dos possíveis elegíveis que farão com que os brasileiros tenham maior oportunidade de escolha.
Marina Silva terá uma árdua tarefa pela frente. Sua candidatura é uma “antincandidatura”, já que os elementos internos e externos concluem por sua inviabilidade, ainda que venha como um sopro de ar puro ao atual cenário político, afastando o dualismo idealizado pelas lideranças partidárias. Marina possui um algo a mais, que faz com que sua presença na corrida política seja vista aquém de questões como apoio a antigos inimigos políticos e cargos comissionados a familiares, questões estas tão presentes na atual crise que assola a política brasileira.
Mas antes de tudo, cabe a ela aceitar formalmente o convite em tempo hábil, pois 3 de outubro é data até a qual os candidatos a cargos eletivos nas eleições de 2010 devem estar com a filiação deferida no âmbito partidário.

5 comentários:

Bruna Rodrigues disse...

Obamarina!
Mesmo infactível, a candidatura de Marina representa muita coisa pra nossa democracia.

No primeiro turno, sou Marina!

Thomas. disse...

Imagina só se o Cristovam Buarque virar vice. A chapa já teria dois temas; quase um programa de governo.

joão vicente disse...

É necessário verificar oq vai se dar do depoimento da ex-secretária da receita sobre a Dilmae o quanto irá atingi-la, já que pode sacudir o processo eleitoral! Principalmente com partidos mais voltados à esquerda, como o PV, PSOL (que andou sendo convidado pelo pv pra dar uma "forçinha" na campanha), PT...
cenas dos próximos capítulos!

ivan marsiglia disse...

um slogan: enquanto a marina planta, o josé serra

Gonçalo disse...

hahaha muito bom o trocadilho