Por Thomas Humpert
A semana que passou mostrou a falta de sensibilidade econômica que domina o alto escalão do governo. No seminário de comemoração aos 40 anos do caderno de economia do jornal O Globo, o ministro da Fazenda Guido Mantega louvou o crescimento descontrolado da época dos militares; o milagre econômico. Em suas palavras: “Tenho elogio a fazer ao Milagre, mesmo ele tendo gerado desequilíbrios. É melhor crescer com desequilíbrios do que não crescer”.
Nas décadas de 60 e 70 o governo militar fez o País crescer a uma taxa média de 7%. Longe de sustentável, esse crescimento trouxe consigo a escalada desordenada da inflação e suas consequências. Para impedir que a inflação corroesse o crescimento real do país, o governo militar criou um artifício que fazia com que a economia se tornasse quase neutra ao processo inflacionário: a indexação. Segundo esse mecanismo, a inflação passada reajustava os principais preços da economia, criando um ciclo vicioso inflacionário.
O resultado a longo prazo desse processo foi um período de hiperinflação e consequente instabilidade macroeconômica. A instabilidade gerou queda na atividade econômica, queda na confiança dos empresários com relação ao futuro (que se traduz em menos investimento privado), e diminuição do investimento externo.
Já a escalada da inflação gerou o imposto inflacionário. Esse imposto incide principalmente sobre os mais pobres, que têm uma parcela menor de sua renda aplicada, que é corrigida pela inflação. O resultado é uma diminuição da renda real disponível dessa camada da população e aumento da desigualdade social.
Guido Mantega é de uma corrente que dominou o pensamento econômico brasileiro por muito tempo e parece não se renovar. O desenvolvimentismo prega o crescimento pelo crescimento, independente das consequências. Como se sabe, entretanto, as consequências são duras. Enquanto o pensamento econômico no governo não se renovar, o Brasil não crescerá de maneira sustentável e segura.
Nas décadas de 60 e 70 o governo militar fez o País crescer a uma taxa média de 7%. Longe de sustentável, esse crescimento trouxe consigo a escalada desordenada da inflação e suas consequências. Para impedir que a inflação corroesse o crescimento real do país, o governo militar criou um artifício que fazia com que a economia se tornasse quase neutra ao processo inflacionário: a indexação. Segundo esse mecanismo, a inflação passada reajustava os principais preços da economia, criando um ciclo vicioso inflacionário.
O resultado a longo prazo desse processo foi um período de hiperinflação e consequente instabilidade macroeconômica. A instabilidade gerou queda na atividade econômica, queda na confiança dos empresários com relação ao futuro (que se traduz em menos investimento privado), e diminuição do investimento externo.
Já a escalada da inflação gerou o imposto inflacionário. Esse imposto incide principalmente sobre os mais pobres, que têm uma parcela menor de sua renda aplicada, que é corrigida pela inflação. O resultado é uma diminuição da renda real disponível dessa camada da população e aumento da desigualdade social.
Guido Mantega é de uma corrente que dominou o pensamento econômico brasileiro por muito tempo e parece não se renovar. O desenvolvimentismo prega o crescimento pelo crescimento, independente das consequências. Como se sabe, entretanto, as consequências são duras. Enquanto o pensamento econômico no governo não se renovar, o Brasil não crescerá de maneira sustentável e segura.
2 comentários:
desenvolvimento deve ser sustentável, no que diz respeito à sociedade e à própria economia. será que os modelos que seguimos são os mais acertados?
muito bom o texto.
ficou fácil perceber que o desenvolvimento social não é consequência imediata do desenvolvimento econômico...
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